Sempre senti que tinha algo de errado comigo. Sempre senti que a forma como eu sorria convencia todo mundo menos á mim. Sempre achei que estar disponível para todos fazia eu ser indisponível para mim e talvez por isso eu estivesse tão errado. Por não ter tempo para mim. Então comecei a ficar mai comigo mesma e me assustei com quem eu era. Eu era uma âncora. Não daquelas que mantem você no lugar. Não. Eu estava afundada. Sendo um peso. Jogada no fundo do oceano. As vezes para sempre. Voltei a ser dos outros, voltei a não me dar tempo e não me querer por perto de mim. Voltei a me deixar esquecida para que eu esquecesse quem eu era,porque já era tarde demais para me recuperar. Eu não era mais uma ancora ligada ao barco. Eu era uma ancora enferrujada perdida no fundo do mar. Letícia Pontes
O que guardei para dizer em textos