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Mostrando postagens de 2021

Eu sou o problema?

    Estamos bem, não é? Nada aconteceu então porque essa cara? Porque vem me evitando e agindo tão estranho?  Porque não me fala o que está pensando? Por acaso sou eu o problema? Eu tenho agido mal? Eu sei que sou meio estúpida e você sempre me lembra disso. Eu sei que estou te enchendo o saco com essas perguntas, você sempre me diz que sou insuportável. Porque não voltou na noite passada? Não, eu não estou te acusando de nada. Vou baixar a minha voz, me desculpe, não notei que tinha aumentado-a. Sim, você está certo, eu sou inconveniente mesmo. Vá, saia com seus amigos, já deve estar cansado de mim, você sempre fala isso mesmo. Eu espero você voltar. Durmo sozinha hoje novamente, amanhã estarei aqui te aguardando e prometo dessa vez não te perguntar nada. Letícia Pontes

Um dia mais

Caminhei pelo meu quarto de um lado para o outro durante longos minutos. Nada parecia certo em minha vida à tantos anos que eu já nem sabia mais quando havia começado a me sentir assim. Nem sabia qual deveria ser o primeiro passo também. Desci as escadas devagar, olhando a água do mar lá em baixo. Uma casa na beira do mar sempre havia sido meu sonho, mas nos últimos anos morando ali sozinha mais parecia um pesadelo. Gritei à plenos pulmões o mais alto que pude. Não me libertou, mas ao menos pude ir trabalhar com aquele sorriso falso no rosto que usava todos os dias. Suportaria um dia mais, como há tantos anos vinha fazendo. Letícia Pontes

Borboletas

Uma vez eu ouvi que as borboletas sempre voltam aos jardins. Se é verdade ou não, não sei te dizer. Eu nunca fui ligada em biologia. Na verdade nunca fui ligada à nada. É por isso que eu fui embora, deixei você sozinho e confuso. Eu não posso dizer que sinto muito, seria uma mentira.  Eu não pretendo voltar, eu confesso. Mas gostaria de deixar com essa tola crença de que borboletas sempre voltam ao jardim. Acho que só quero deixar uma coisa positiva já que causei tanta negativa. Letícia Pontes

Sozinha no mundo

Não posso dizer que não tive amigos ao longo dessa jornada na vida de trinta anos. Seria mentira dizer que nunca tive um apoio ou um ombro amigo. Aqui ou ali eu esbarrava em algumas pessoas que pareciam muito especiais, algumas até foram mesmo. Acontece que nunca ficaram por muito tempo, nunca pareciam reais para mim e no fim eu sempre era abandonada, traída, substituída ou coisa do tipo. Talvez seja isso que me faz tentar te manter distante, e peço desculpas por isso. O problema não está em você e sim em mim. Desculpa, mas não vou arriscar mais uma vez então se mantenha distante e eu vou continuar afundando sozinha. Letícia Pontes

Beijo de boa noite

Quando acordo no meio da noite e você esta ali ao meu lado, eu não consigo não me emocionar. Todo pesadelo meu você espanta com seus olhos carregados de amor. Todo choro sem motivo, vira choro de alegria quando você me abraça e me pede calma. Eu não sei como te encontrei nem imaginei que seria possível achar alguém como você, mas estou muito grata por tudo. Obrigada por cada abraço caloroso e beijo de boa noite que sempre vem carregado com todo o seu amor.  Letícia Pontes

Silêncio na estrada

E faz tempo que tem sido assim. Silêncio. Absoluto. Nenhum dos dois tem a coragem de abrir a boca para resolver esse conflito. Não é assim que vamos sair disso. Conversas banais, acusações, brigas, descaso e silêncio. Quem diria que nos transformaríamos nisso. Se tivéssemos tido a sabedoria de resolver o primeiro conflito que tivemos, talvez hoje não estaríamos nessa estrada silenciosa empurrando essa bola de neve que chamamos de relacionamento. Letícia Pontes

A linha tênue do amor

Houve um tempo lá atrás, nos meus quinze ou dezesseis anos que eu achava que amar era algo simples. Na verdade eu considerava tão banal, que toda vez que gostava de um rapaz, achava que era amor. O frio na barriga, o nervosismo de falar com ele, sonhar com ele, pensar o tempo todo nele, imaginar nosso futuro juntos, deseja-lo...Achava que tudo isso era amor. E amor não é só isso, isso qualquer um pode causar na gente. Quando conheci você, senti tudo isso. Mas conforme o tempo foi passando e fomos nos conhecendo mais, mais e mais foi aí que eu descobri o que era amar alguém, e é muito mais do que essas sensações físicas. A gente não sabe o que é amor romântico até que ame. E é uma linha tênue entre o amor, a dependência emocional e/ou a obsessão. Amor não é nada banal, nem fácil.  Amar é difícil, mas quando se tem reciprocidade e desejo de que tudo realmente de certo, o difícil se torna uma boa luta de se lutar. Letícia Pontes

Tempo perdido

Ela era tão inocente na infância. Afinal quem não é? Doce, sem nenhuma amargura, nenhuma cicatriz. Mas começaram ali mesmo as mudanças que foram destruindo-a. Um palavrão que aprendeu, um bullying que sofreu, um castigo que não merecia, uma crítica que julgava ela inferior e por ai foi. E os anos foram passando e tudo aquilo se intensificava, a cobrança para ser diferente, pintar as unhas, cortar os cabelos, mudar o estilo de roupa, ter um namorado, ser mais magra, ser mais popular, e ela nem notava que estava cedendo à tudo isso. As notas escolares diminuindo, as brigas com os pais, os cigarros e álcool aos quinze anos, a ausência do pai logo em seguida, a tristeza da mãe afetando tudo que ela fazia e cada dia as coisas afundaram mais.  Hoje em dia, com os próprios filhos dela já adultos, ela se pergunta porque não fez diferente, porque não valorizou mais os próprios pais e a si mesma. Ela diz que se tivesse a chance de voltar no tempo, faria tudo diferente e que dessa vez seria ...

Chuva de emoções

  Todas as vezes que você partiu, eu me prometi superar e seguir em frente. Logo depois lá estava eu te aceitando de volta. Me disseram que eu sou trouxa, que aceito ser pisada e desse jeito nunca vou encontrar a real felicidade. E alguém encontra? Desculpe se sou desacreditada, desculpe se eu nunca vi isso se tornar real, mas eu realmente acho que todos só tem alguns momentos felizes. Talvez isso seja a real felicidade, não? Ou talvez eu só seja uma pessoa com cicatrizes demais, que vi meu pai sofrer a vida inteira quando minha mãe nos abandonou, que vi minha vó ser traída e ficar calada, apanhar e dizer que merecia, e que vi minha irmã casar com um homem que abandonou ela grávida e nunca mais apareceu. Como eu poderia ser diferente? Lá vou eu novamente abrir a porta para você e me prender à uma pessoa que não me deseja nada de bom. Um ciclo infinito que eu não aprendi a me libertar. Letícia Pontes

Motivos demais

Quando nos conhecemos  tínhamos motivos o suficiente para não nos apaixonarmos. A minha mãe que te odiava, o seu irmão ser o meu ex-namorado, você ter traído a sua namorada com a prima dela, morarmos em cidades diferentes, gostarmos de coisas opostas. Mesmo assim nos apaixonamos. E quando nos apaixonamos tínhamos motivos demais para permanecermos juntos. A gente gostava de viajar junto, gostávamos de aprender novas receitas e cozinhar para o outro, você amava me mandar flores, mesmo eu achando brega. E eu amava recebe-las, porque era a intenção que me amolecia. A gente ficava melhor quando estava junto, os problemas de repente desapareciam. Mas quando terminamos, nós também tínhamos motivos demais. E sinceramente, eu prefiro nem cita-los.  Letícia Pontes

Insônia

Todos esses dias de insônia. Eu sei bem do que se trata. Tentei fingir que não era mais aquilo, mas eu reconheço os sintomas. Eu achei que havia acabado, mas pelo jeito isso só estava adormecido.  Como posso não conseguir controlar minha própria mente? Como eu posso estar tão presa à isso? Presa à você? Essa dependência emocional que você me causou, um dia vai me matar. Quando você me disse que sem você eu não seria ninguém, eu ignorei, mas meu subconsciente não. E agora tudo na minha vida dando errado, eu sempre acabo me perguntando se por acaso você não estava certo. E essas noites de insônia, perambulando pela casa e tomando mil chás para tentar dormir, me faz pensar como seria se você ainda estivesse aqui. Letícia Pontes

Os corações em nossos peitos

Você acharia icrivelmente romantico se nos visse em um metrô cruzndo a cidade. Sempre abraçados, de mãos dadas, cochichando e nos beijando. Quem não acharia fofo um romentico casal de seus vinte e poucos anos? Aquele casal que anda de roupa combinando e pulseiras iguais, tão melosos. Alguns até diziam ter inveja, querer algo como o que nós tínhamos e brincar que ia roubar ele de mim ou eu dele. Já estavamos acostumados aos elogios. Mal sabiam eles do corpo que enterramos no sabado passado depois de roubar todo o dinheiro daquela pobre e inocente mulher. Mais uma que havia nos elogiado. Mal sabia ela que na verdade, não batia nenhum coração em nossos peitos. Letícia Pontes

Amigos, foi o que disseram.

Mirela havia passado a noite inteira comigo. Eu não dormia facilmente desde a semana anterior quando os pesadelos começaram aparentemente sem motivos. Ela nem era nada minha, veja só. Uma colega da faculdade que sentiu pena quando meus amigos debocharam de meus pesadelos. Amigos, foi o que disseram. Mas preferiram me chamar de louca e dramática ao inves de me oferecerem um colo para chorar. "Riquinha mimada, não aguenta um sonho ruim" foi o que ouvi pelas minhas costas. E eu, completamente dependente emocional que era e ainda não sabia, perdoava, seguia sendo amiga de quem não me via da mesma forma. Letícia Pontes

Emocionalmente presa

Finalmente a liberdade. Liberta de você. Estive tantos anos presa à esse relacionamento falido e tóxico, que consumia minhas forças e atormentava minhas noites de sono. Como pude pensar que você era o homem ideal? Um príncipe encantado, anos atrás. Lembro de como você era amado e desejado por todas, afinal, quem não ia querer um jovem gentil, bonito, trabalhador, dedicado, carinhoso e que demonstrava tudo o que sentia sem ter vergonha do amor? E você escolheu à mim. Quem diria?  O homem perfeito. Não é? Mas perfeição não existe e você estava longe disso. Destruidor de  almas e sanidades. Letícia Pontes