
Nunca acreditei nos monstros em baixo da cama. Não acreditei em papai Noel, fada do dente, nada disso. Fui ensinada desde cedo que isso eram fantasias para deixar nossos dias mais coloridos, porque o mundo era severo. No mundo severo eu acreditava. Quando tinha ainda sete anos veio a primeira crueldade do homem em mim. Oito, nove, dez anos. O mundo só piorava e eu só tinha mais medo dos monstros que nunca estiveram em baixo da minha cama, ma estavam nas ruas, na casa do vizinho, na família e nos supostos amigos.
Desconhecidos, conhecidos, íntimos ou não, e nunca dava para identifica-los assim de cara, era sempre quando já era tarde demais. Quase sempre eram do sexo masculino. Eram muitos monstros e eu era apenas uma criança e não sabia lutar.
-Letícia Pontes
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